12 novembro 2009

Uma visita ao Carandiru

Dizem que na vida a gente precisa fazer três coisas para ela ser completa: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Muitos já fizeram todos, outros nenhum e gente que ficou ali, pela metade do caminho. Mas é uma metade que vale pelo todo. Pelo menos, é o que eu posso afirmar do jornalista e escritor Saulo Pontarolo Marenda.

Suspeitas à parte – visto que ele é o meu brother/melhor amigo – dou a dica do último livro lançado por esse ponta-grossense que já foi escoteiro, pensou em fazer Matemática Industrial, cursou (e se formou em) Jornalismo e, em 2010, estudará História. Com o título de “Estive no Cárcere e Me Visitaste – Memórias de quem sobreviveu ao Inferno, Marenda passa pela história de um dos maiores complexos penitenciários já existentes na América Latina: a Casa de Detenção de São Paulo[1], popularmente conhecido como Carandiru.

Através dos relatos e da história de vida do conterrâneo Éderson Iansen (o ex-detento 884671), o livro narra as dificuldades e terrores passados dentro do “inferno”, especialmente para quem tem temperamento ‘difícil’ – mesmo que isso tenha mudado um pouco conforme o caminhar do tempo. Um relato do ponto de vista do próprio detento, onde o jornalista se apossa da literatura e dos seus recursos para abordar o dia-a-dia quem (sobre) viveu no Carandiru. Tudo de maneira delicada e ao mesmo tempo profunda.

“Estive no Cárcere e Me Visitaste” é gostoso de ler, mesmo que as cenas descritas sejam fortes para nós que – em maioria– vive muito distante dessa realidade. Só quem sentiu na pele para saber quais as marcas profundas deixadas pelo “Caldeirão do Diabo”.

Talvez uma coisa eu ainda tenha ficado com a pulga atrás da orelha. Em certa altura do livro, a maconha é abordada. Apesar de a questão ser polêmica, não tenho como deixar de lembrar ao meu amigo que ele deveria ter colocado não somente os malefícios da droga. Existem grupos e entidades civis que defendem a legalização das drogas – e mostram até mesmo alguns benefícios. Não sendo a favor ou contra ninguém, apenas expor a existência do famoso “outro lado da história”. Mais informações em: Marcha da Maconha, Ananda, Interessanti.

No mais, recomendo a leitura. É uma forme de estar presente dentro daquele presídio tão temido por todos. Somos levados o tempo todo a refletir, especialmente nas últimas páginas, quando vemos que nossas atitudes podem, sem querer, ser apenas uma resposta automática das experiências que vivemos.

Observação. Todo mundo conhece a história do conhecido Carandiru. Por filme, por livro ou por reportagens na imprensa. E quem não conhece – ou não faz idéia do que rolou por lá – deveria fazer uma pesquisa básica[2]. É a nossa história Brasil!


[1] A Casa de Detenção de São Paulo (antigo Carandiru e atual Parque da Juventude) é um complexo carcerário construído na década de 20 que deveria ser visto como uma prisão modelo. Se no princípio contava com três pavilhões e com 1.200 presos, em 1940 precisou de uma ampliação e assim foi até em um dos seus piores momentos abrigar quase nove mil homens. Muitos massacres aconteceram dessa prisão e o mais famoso deles foi o de 1992 onde 111 detentos foram mortos – em números oficiais.Em 2002 foi desativado e deu lugar ao Parque da Juventude com. caráter recreativo-esportivo, com quadras poliesportivas, recreativo-contemplativo e por último de caráter cultural.

[2] Leituras básicas como Estação Carandiru, de Dráuzio Varela; Carandiru – Histórias Reais, de Humberto Rodrigues; Pavilhão Nove, Paixão e Morte no Carandiru, de Hosmany Ramos, Carandiru: o Caldeirão do Diabo, de Celso Bueno de Godoy e por aí vai. Sem contar o filme Carandiru e a mini-série Carandiru – Outras Histórias, ambos de Hector Babenco e o documentário feito pelos próprios detentos intitulado Prisioneiro da Grade de Ferro.

10 comentários:

  1. Como faço para conseguir um exemplar/
    Meus parabéns para o Saulo!
    Temos mais é que dar grande apoio a nova geração de escritores brasileiros!!!
    Poxa é muito bom ver novos escritores surgindo hoje em dia, ainda mais sendo um pontagrossense!
    Grande admiração de minha parte!!!

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  2. Como faço para conseguir um exemplar

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  3. Oi
    Para conseguir um exemplar é só ligar para o telefone 8403-6675 e falar com o Saulo

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  4. Oi, Saulo.
    Eu conversei com o Éderson, e já li o seu livro, a historia é muito boa para ser contada, más, sem um bom escritor o livro não ficaria BOM. O livro está ótimo, e olha que eu não costumo ler livros que aborde este tema. PARABENS !!!
    Um abraço para você e para o Éderson.
    Sandro. De São Paulo.

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  5. é uma história de superaçâo de vida fé coragem e confinaça no senhor deus eu camihei pelos corredores sombrios da morte da casa de deternção de são paulo ocarandiru estou aqui para contar história e dar glórias á deus comenten oque quiserem pois só quem passou pra saber morô !

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  6. Como faço pra adquirir o livro?
    favor responder no email contato@2atransportes.com.br
    grato
    Alexandre J.D.Araujo
    Maringá - Pr

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  7. olivro esta um sucesso parabens pela reeducaçâo

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  8. sua reportagen no programa da ric tv no balanço geral foi maravilhosa vimos que deus transforma vidas parabens ederson felicidades amigos de marinngá

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  9. quem requisitar um exemplar ésó ligar para o número 44 99550227 será entregue pelo próprio sobrevivente e que deus abençoe seu povo amém

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  10. este numero 44 99550227 já nâo exite mais qual quer informção no gmail.mestre.iansen8@gmail.com ok!

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